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Publicado em 26/06/24 às 17:30h
Atualizado em 26/06/24 às 23:32h

Na tarde desta quarta-feira (26), tanques do Exército e militares armados invadiram o palácio presidencial da Bolívia. O presidente Luis Arce classificou a situação como "mobilizações irregulares", enquanto o ex-presidente Evo Morales falou em "golpe de Estado".

Por volta das 15:00h. (hora boliviana) unidades do Exército foram vistas em praças e ruas de La Paz, com militares fazendo guarda no palácio presidencial.

O presidente de Honduras, que atualmente preside a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), também classificou a situação como um golpe de Estado e pediu uma reunião de emergência dos Estados membros, incluindo o Brasil. A Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou a movimentação e pediu respeito à democracia.

O presidente Arce, por volta das 17:30hs em comunicado nas redes sociais, pediu que a sociedade boliviana se organize para defender a democracia. Movimentos sociais, liderados pela Central Obrera Boliviana (COB), convocaram uma paralisação nacional por tempo indeterminado e mobilizaram todos os setores.

General Golpista Foge em Carro de Guerra Blindado

Num dia de alta tensão na Bolívia, o presidente Luis Arce agiu rapidamente após a tentativa de golpe de estado liderada pelo general Zúñiga. Às 18:00h, Arce posicionou um novo comando militar na Casa Grande do Povo. A missão do novo comando foi clara: restaurar a ordem nas ruas da capital, La Paz, onde as mobilizações irregulares de militares geraram temor entre a população.

A resposta do governo veio de forma decisiva e coordenada. Menos de uma hora depois, por volta das 18:50h, o general Juan José Zúñiga, o principal arquiteto da tentativa de golpe, foi visto fugindo em um carro de guerra blindado. A fuga ocorreu a partir da icônica Praça Murillo, conhecida como bastião da luta libertária boliviana.

Zúñiga, que não conseguiu conquistar o apoio das Forças Armadas, decidiu escapar diante da falta de sustentação moral e institucional. Sem força social ou corporativa, sua tentativa de golpe foi eficientemente desmantelada.

General Zúñiga é Preso pela Polícia Boliviana

O general Juan José Zuñiga, ex-comandante do Exército boliviano, foi preso na noite desta quarta-feira (26/6) por determinação da Procuradoria-Geral da Bolívia. Juan Zúñiga foi capturado e conduzido a um veículo policial próximo ao Estado Maior do Exercito, no bairro de Miraflores na cidade de La Paz.

“O presidente me disse que a situação está muito fudida. É necessário preparar algo para elevar minha popularidade”. Assim se justificou o general Juan José Zúñiga ante os meios de comunicação no momento da sua detenção. "Colocamos os blindados? perguntamos para o presidente, 'coloquem' ele respondeu." A declaração de Zúñiga desperta dúvidas sobre a motivação da tentativa de golpe de Estado na Bolívia.

COMOÇÃO NA COMUNIDADE BOLIVIANA EM SÃO PAULO, BRASIL

A comunidade boliviana em São Paulo tem acompanhado as transmissões ao vivo da Bolívia, compartilhando vídeos, notas oficiais e fotos sobre a tentativa de golpe. O repúdio à tentativa de golpe de Estado foi amplamente manifestado nas redes sociais pelos imigrantes bolivianos, que esperam uma resolução pacífica da situação. Em geral, a defesa da democracia tem sido fortemente apoiada pelos imigrantes bolivianos nas redes sociais no Brasil.

A seguir, veja algumas notas dos imigrantes bolivianos no Brasil, em apoio à democracia boliviana:

Repúdio veemente à tentativa de Golpe de Estado na Bolívia!

"Nós, mulheres imigrantes da Equipe de Base Warmis - Convergência das Culturas do Brasil e do coletivo Ni Una Migrante Menos da Argentina condenamos a tentativa de golpe de Estado na Bolívia nesta quarta-feira (26 de junho de 2024).

A ação antidemocrática, liderada pelo General Juan José Zúñiga, representa um retrocesso inaceitável na luta por liberdade e justiça no país. Esta tentativa de golpe viola a soberania do povo boliviano e mina os pilares das instituições democráticas, além de desestabilizar a região e colocar em risco a paz e a segurança".

Equipe de Base Warmis-Convergência das Culturas 

Exigimos:
• Restauração imediata da ordem democrática.
• Punição exemplar dos golpistas.
• Respeito aos direitos humanos.
• O posicionamento firme contra está ação por parte do governo brasileiro.

Nos solidarizamos com o povo boliviano em sua luta pela democracia e pela justiça!

A democracia e os direitos humanos não podem ser esmagados!

Centro Cultural Andino Amazônico (CCAA) Manifesta Repúdio à Tentativa de Golpe na Bolívia

Praça Murillo, Testemunha Silenciosa de Sangrentos Golpes na História da Bolívia, Hoje Celebra a Manutenção da Democracia

A Praça Murillo, palco de tantos episódios sangrentos na história dos golpes de estado na Bolívia, testemunhou um momento de vitória da democracia. A rápida reação do governo e a falta de apoio ao general golpista permitiram que a ordem fosse retomada sem o derramamento de sangue que marcou eventos passados.

Para muitos bolivianos, a fuga de Zúñiga e a reafirmação do controle democrático simbolizam um triunfo da vontade popular sobre as ambições autoritárias. A mobilização imediata e a firmeza do novo comando militar garantiram que a tentativa de golpe não se transformasse em uma crise prolongada.

Agora, a Bolívia se vê diante do desafio de curar as feridas deixadas por esta tentativa de desestabilização e reforçar ainda mais os pilares de sua democracia, para que a história de violência e instabilidade política não se repita.

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